Experiência toastmaster na 1ª pessoa

 


O primeiro contacto

O primeiro contacto que tive com os Toastmasters foi em 2017 numa sessão de demonstração que o Figueira da Foz Toastmasters Club realizou em Cantanhede para apresentar a esta cidade o conceito Toastmasters. Lembro-me de ver uma grande plateia presente para assistir a esta sessão Toastmasters. Não sei quantas pessoas estavam lá a assistir, mas diria cerca de 50/75 pessoas.

Nesta sessão percebi que uma sessão se divide em 3 partes: discursos preparados, discursos de improviso e discursos de avaliação e que existia uma grande foco na forma como se comunica e não no conteúdo apresentado.

Rapidamente me lembrei de um episódio numa cadeira que tive no último ano de universidade em que vários grupos fizeram a apresentação dos seus trabalhos e depois receberam feedback do professor, "As vossas apresentações foram péssimas, mas não estou a avaliar o conteúdo dos vossos trabalhos, mas a forma de apresentar. A culpa também não é vossa, este curso não se foca no desenvolvimento deste tipo de competências, mas não se esqueçam que a forma como apresentam um trabalho irá influenciar em muito o sucesso da vossa apresentação." (talvez não tenham sido estas as palavras exatas que o meu professor utilizou, mas foi esta a mensagem que tentou transmitir). Este episódio levou-me a olhar para a comunicação de outra forma.

Ainda durante a sessão de demonstração dos Toastmasters me lembro da parte em que pediram voluntários da plateia para fazer discursos de improviso (um discurso cujo tema só ia conhecer no momento). Senti alguma curiosidade em experimentar, mas depois pensei na plateia e não fui :)

No fim desta sessão conheci alguns Toastmasters e percebi que era uma comunidade simpática e que tinha pessoas de várias áreas sociais e várias áreas profissionais, mas todos com o objetivo comum de desenvolver a sua comunicação.

Assim, decidi ir à sessão seguinte do Figueira da Foz Toastmasters Club, sessão essa em que decidi tornar-me membro, pois reconhecia que precisava de desenvolver a minha comunicação e liderança e que os Toastmasters proporcionam um ambiente real onde se podem treinar essas competências e receber feedback de forma a melhorar.


A experiência de ser Toastmaster

Um dos benefícios que senti a curto prazo devido a ter entrado nos Toastmasters foi o controlo do nervosismo a apresentar para um público desconhecido. Já viram o que é ir fazer um discurso preparado para um conjunto de pessoas que não conhecia de lado nenhum? Ainda por cima, sessão após sessão existiam sempre convidados diferentes, logo nunca conhecia o público inteiro, só os membros. É verdade, isto fez-me controlar aquele nervosismo que normalmente sentimos quando fazemos uma apresentação para um público de elevada dimensão e, desta forma, melhorar a minha auto-confiança.

Outro dos benefícios que senti foi a oportanidade de desenvolver técnicas que permitem melhorar a qualidade dos meus discursos, quer ao nível da gramática utilizada, quer ao nível de ajudas e elementos visuais que têm a capacidade de enaltecer a nossa mensagem, entre outros.

A capacidade de discursar de improviso também foi outra das competências que tenho vindo a melhorar, mas que ainda necessito de melhorar mais. Contudo, normalmente, já não tenho aquele bloqueio que não sei que hei-de dizer ;)

Outro dos grandes pontos de pertencer aos Toastmasters é o desenvolvimento de competências de liderança. Estas competências desenvolvem-se nas sessões e fora das sessões. Nas sessões desenvolvemos estas competências ao executar funções na sessão que implicam avaliar outros e saber ouvir os outros e como lhes dar feedback. Fora das sessões a liderança é desenvolvida através de projetos dos percursos educacionais e/ou através da função de diretor de um clube. Um clube para funcionar implica preparação (planeamento da agenda, divulgação nas redes sociais, logística do espaço ou plataforma de video-conferência, gestão das contas do clube, etc...) e toda esta preparação só é possível porque existe um conjunto de diretores que trabalham em conjunto para elevar o nome do clube e servir os seus membros. No entanto, durante toda esta experiência, as competências de liderança são desenvolvidas.

E o Networking? É verdade, nos Toastmasters conhecemos pessoas de todo o lado. Não se esqueçam que em Portugal existem cerca de 45/50 clubes Toastmasters e existem muitos eventos comuns onde temos oportanidade de nos conhecer. Agora com o modelo online, visitar um clube nunca foi tão fácil.


Reflexão sobre os Toastmasters

Os Toastmasters têm um modelo muito especifico que à primeira vista nos pode parecer estranho ou não sabermos reconhecer o seu valor. É normal, principalmente quando ainda não olhamos para a comunicação ou a liderança como competências que podem ser desenvolvidas. Mas quando reconhecemos que estas competências podem ser melhoradas, e reconhecemos o seu valor, olhamos para os Toastmasters com outros olhos, com os olhos de quem reconhece que pode melhorar e assim mudar a sua vida.


"A forma como comunicamos com os outros e connosco próprios determina a qualidade das nossas vidas

                  - Tony Robbins

    Tiago Almeida
    Vice Presidente de Relações Públicas


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